Postagens populares

terça-feira, 12 de julho de 2011

A França do Século XIX

Após a queda napoleônica, a França assistiu ao retorno da dinastia dos Bourbos. De 1815 a 1824, o cenário francês esteve marcado por opositores, principalmente bonapartistas e liberais. O rei Luís XVIII empreendeu violenta repressão, desejando o retorno do absolutismo, mesmo estando consciente de que era preciso encontrar um equilíbrio entre os opositores e as forças conservadoras que o apoiam.
Após a morte de Luís XVIII, seu irmão Carlos X assumiu o poder. Apoiado pelos conservadores, ampliou a política antiliberal. O ensino passou a ser controlado pela Igreja, os nobres, que sofreram prejuízos com a Revolução Francesa, receberam indenizações, a censura à impressa foi acirrada.
Em 1830, devido a insatisfações generalizadas no campo político, econômico e social, eclodiu um movimento revolucionário contra Carlos X. O rei foi deposto, sendo substituído por Luís Felipe de Órleans. Esse movimento revolucionário liderado pela alta burguesia repercutiu por toda a Europa, tendo alcançado até o Novo Mundo. Em 1831, D. Pedro I abdicou do trono, dando origem ao período regencial.
Luís Felipe ficou conhecido como o “rei burguês” e seu governo foi marcado pelo desenvolvimento do capitalismo francês, no qual a expansão colonial se efetivou rumo à África e Oceania. Conflitos de interesses políticos e problemas econômicos, como o fechamento de inúmeras fábricas, suscitaram a união da burguesia com o proletariado e levaram o povo a ocupar as ruas e enfrentar as tropas governamentais. A Guarda Nacional aliou-se aos revoltosos. Essa união promoveu a Revolução de 1848. O rei Luís Felipe renunciou. Como resultado a França viveu o retorno da República e um Governo Provisório, que teve como objetivo efetuar reformas que visavam o fortalecimento do liberalismo. Entre essas destacamos:
  • Legalização de sindicatos.
  • Liberdade de impressa.
  • Abolição da escravatura nas colônias.
  • Redução da jornada de trabalho.
Nesse processo, os socialistas participaram do governo e reivindicaram mudanças profundas na sociedade francesa que visassem o bem estar dos trabalhadores urbanos. Com o intuito de minimizar o desemprego, criaram as oficinas nacionais, empresas sustentadas pelo Estado por intermédio da cobrança de impostos à alta burguesia. A burguesia não aceitou tais propostas. A população reagiu levando a revolução até as últimas consequências. O governo, na figura de general Cavaignac,  empreendeu o massacre do movimento socialista. Mas de 16 mil pessoas forma mortas e mais de 4 mil explusas do país.
“Aos meus ouvidos ainda soam os tiros (…) Veículos abarrotados de cadáveres, prisioneiros com as mãos amarradas (…) em todas as partes corre o sangue, que se degola, se corta, em todas as partes se está morrendo (…) A burguesia podia se alegrar: era a vencedora.” (Hertzen, um exilado russo. Mario Schmidt, Nova história crítica, p.143)
Romperam-se definitivamente os projetos políticos da burguesia com os socialistas.
Após o massacre do movimento socialista, promulgou-se a nova constituição francesa e as eleições para a Presidência da República. Temendo nova instabilidade política, a burguesia, a classe média, os camponeses e a Igreja apoiaram Luís Napoleão Bonaparte, que foi o vencedor com 73% dos votos. O seu governo promoveu grande desenvolvimento capitalista, no qual a burguesia ganhou importância internacional. Construiu o famoso Canal de Suez (que liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho). Em 1851, o presidente aplicou um golpe de Estado, fechando a Assembléia e tornando-se absoluto. Karl Marx analisou o golpe na obra O 18 Brumário de Luís Bonaparte, e mostrou “como a luta de classes ocorridas na França permitiu a um personagem medíocre desempenhar um papel de herói”.
Em 1852, Luís Bonaparte foi eleito Napoleão III, e seu governo durou até 1870.

Postado por Dc. Jorge Alberto

Nenhum comentário:

Postar um comentário